quarta-feira, 14 de maio de 2008

Aquecimento global ameaça pingüins-reis na Antártida

Os pingüins-reis da Antártida correm o "sério risco" de virarem uma espécie em extinção, já que, a cada 0,26°C que a temperatura da superfície marítima sobe, a população adulta deles diminui em 9%. A informação é de um estudo publicado na revista norte-americana "Proceedings" of the National Academy of Sciences" (PNAS).
Pesquisadores do Instituto Multidisciplinar Hubert Curien, ligado ao Centro Nacional de Pesquisa Científica da França, descobriram que as aves marinhas são "indicadores sensíveis" das mudanças no ecossistema marinho e sofrem de forma ampliada os efeitos da mudança climática.
De acordo com estudo, o aquecimento global poderia obrigar os pingüins-reis a diminuirem suas necessidades nutritivas até um nível inferior da cadeia alimentar, em cujo topo eles se encontram.
O artigo diz que os cientistas estudaram a reprodução e a sobrevivência dos pingüins-reis das Ilhas Crozet, um arquipélago subantártico, por meio de marcações subcutâneas de identificação eletrônica. Segundo o estudo, o aquecimento do planeta afeta negativamente a procriação e a sobrevivência dos pingüins-reis adultos.
O aumento da temperatura dos mares afeta não só a oferta de alimentos perto da colônia de pingüins-reis das Ilhas Crozet como interfere no processo de acasalamento das aves.

O segredo dos pinguins que vão fundo

Por que os pinguins conseguem ficar até 7,5 minutos debaixo d´água e passar dos 300 metros de profundidade.
Comecemos por uma obviedade oceânica: mamíferos maiores e mais pesados podem ficar mais tempo debaixo d'água.
É o que dizem as regras da Fisiologia. Mas aí surge um enigma: como o pingüim real, de apenas 12 quilos, consegue ficar submerso até 7,5 minutos e passar dos 300 metros de profundidade? Só para comparar, um mergulhador treinado, pesando 75 quilos, segura o fôlego só por uns 4 minutos e não vai muito além dos 100 metros. Pesquisadores franceses acabam de anunciar parte da explicação. É que, durante o mergulho, os pingüins podem desligar algumas partes do corpo, como a pele e o estômago. Com isso, a temperatura dessas regiões cai e o consumo de oxigênio se reduz pela metade. O ar poupado ajuda a aumentar o tempo de mergulho. Sem isso, o pingüim só poderia ficar debaixo d'água uns 3 ou 4 minutos, disse à SUPER o especialista francês Ives Handrich, do Centro de Ecologia e Fisiologia Energética, em Estrasburgo. Por falar em pingüins, pesquisadores australianos descobriram que muitos deles estão infectados pelo mesmo vírus que anda atacando os frangos nas granjas do Hemisfério Norte.
O micróbio ataca o sistema imunológico da ave e pode levá-la à morte. Os pingüins vão precisar de muito fôlego para resistir ao desequilíbrio ecológico.
Mesmo um homem bem treinado consome o ar de seus pulmões duas vezes mais rápido do que os pingüins.
Os mergulhadores profissionais não vão muito fundo. As melhores marcas são da ordem de 120 metros.
O pingüim desvia o ar para os músculos essenciais, nas patas e nadadeiras. O resto do corpo fica num estado de dormência.
Assim, o pingüim-real alcança 304 metros, fica 7,5 minutos debaixo d'água e mergulha dezenas de vezes em poucas horas.